sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Samba: Cultura em nosso país

O samba é uma manifestação artística símbolo de um Brasil cultural, mestiço e alegre. É o ritmo que representa a nossa maior festa popular, o carnaval. Como música, o samba se desenvolveu muito no decorrer da história, mas para entender sua alma precisamos buscar suas origens, e podemos ver detalhadamente nesse mesmo lugar , artecem01.
Nas favelas, núcleo de uma mistura de povos, nasceu o cenário trazido pelas Tias Baianas. Suas casas foram o palco das festas, dos terreiros e do ritmo marcado no pandeiro, no prato, na faca e na palma da mão. Foi entre umbigadas e pernadas de capoeira que a música surgiu, que os versos e refrões foram criados e que o samba mostrou sua cor.
Com a bossa nova, o samba se afastou de suas raízes populares. A influência do jazz aumentou, e foram incorporadas técnicas musicais eruditas. Mas, ao longo das décadas de 1960 e 1970, artistas como Martinho da Vila, Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola defenderam o retorno do samba à sua batida tradicional. Paulinho da Viola foi o embaixador do gênero tradicional diante de um público mais vanguardista. Já Jorge Ben Jorge surgiu para dar sua contribuição com o samba-rock, ritmo cheio de ginga, que mescla o samba com o blues americano.
Tradicionalmente o samba é tocado por instrumentos de corda, como o cavaquinho e o violão, junto com diversos instrumentos de percussão, como o pandeiro, o surdo e o tamborim. Por influência dos americanos, trombones e trompetes passaram a ser utilizados e, por influência do choro, a flauta e a clarineta também ganharam espaço.
Hoje o samba é Patrimônio Cultural do Brasil e representa nossa contínua miscigenação. É tocado, cantado e dançado de várias maneiras. É tão popular que cantores de todos os tipos e gêneros se arriscam no samba. Famosos da MPB, como Marisa Monte e Maria Rita, lançam discos de samba. Novos cantores como Roberta Sá e Mart’nalia surgem junto com bandas como Casuarina e Batuque na Cozinha, e a música se difunde mais e mais como um símbolo de nosso país.

Imagem do samba em uma de nossas festas de carnaval : 


quinta-feira, 31 de julho de 2014

15 sambas mais importantes de todos os tempos

    Não deixe o samba morrer

Edson Gomes da Conceição é o letrista da música que é considerada o hino dos sambas. Com o refrão "Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar, o morro foi feito de samba, samba pra gente sambar", a música conquistou seu lugar entre os sambas inesquecíveis com sua maravilhosa melodia. Também foi com esta canção que, a partir de 1973, Clara Nunes chamou a atenção das gravadoras para as vozes femininas no samba. A cantora Alcione e, mais recentemente, Maria Rita, também gravaram suas próprias versões do clássico "Não deixe o samba morrer". 

   Quem te viu, quem te vê

Esse samba foi escrito por Chico Buarque de Hollanda e lançado no ano de 1967, em seu disco "Volume 2", sendo apresentado ao público no dia 16 de fevereiro, durante o festival "Para Ver a Banda Passar". A música fala sobre a sina de uma passista que não está presa às suas origens: "Hoje o samba saiu procurando você / quem te viu, quem te vê / quem não a conhece não pode mais ver pra crer / quem jamais a esquece não pode reconhecer." Logo que foi lançado, alcançou o topo das paradas de sucesso. 

  Desde que o samba é samba

Escrita por Caetano Veloso, o samba retrata a tristeza de alguém que se sente sozinho e manda esse sentimento embora cantando: "O samba ainda vai nascer, o samba ainda não chegou, o samba não vai morrer, veja o dia ainda não raiou, o samba é o pai do prazer, o samba é o filho da dor, o grande poder transformador."

  Samba de uma nota só

Antônio Carlos "Brasileiro" Jobim, o Tom Jobim, e Newton Mendonça são os compositores do quinto samba da lista. Essa música foi a base sólida para a carreira internacional do "maestro da bossa nova". A música faz referência a uma longa série de notas repetidas. Os primeiros oito compassos estão em ré maior, seguidos de quatro compassos em sol maior, voltando para ré maior, em quatro compassos, já com a melodia variada. A música em inglês "One Note Samba" foi escrita somente por Tom Jobim. Em 1963, alcançou o primeiro lugar na BillBoard.

  Foi um rio que passou em minha vida

Paulinho da Viola, cantor e compositor, teve sua canção eleita entre as catorze melhores músicas do século passado. Em uma explosão de alegria, existe uma homenagem, a melhor delas, feita para uma escola de samba, a Portela: "Ah! Minha Portela! Quando vi você passar, senti meu coração apressado, todo o meu corpo tomado, minha alegria voltar. Não posso definir aquele azul, não era do céu, nem era do mar, foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar."

  Com que roupa

Primeiro sucesso da carreira de Noel Rosa, foi gravada em 1930 quando ele ainda tinha 20 anos de idade. Reza a lenda que em uma determinada noite, Noel decidiu ficar em casa para agradar a sua mãe, ao invés de sair com os amigos, coisa rara para ele. Quando deu nove da noite, seus amigos apareceram e ele resolveu sair, mas como não tinha roupa, pois sua mãe escondeu antecipadamente suas peças, ele se perguntou: "Com que roupa eu vou?". Por fim, seus amigos foram embora e Rosa ficou em casa, para alegria da mãe.

  A flor e o espinho

"Tire o seu sorriso do caminho Que eu quero passar com a minha dor Hoje pra você eu sou espinho Espinho não machuca flor Eu só errei quando juntei minh'alma à sua O sol não pode viver perto da lua É no espelho que eu vejo a minha mágoa A minha dor e os meus olhos rasos d'água Eu na tua vida já fui uma flor Hoje sou espinho em teu amor" Excelente letra escrita por Nelson Cavaquinho, com um dos versos mais marcantes e emocionantes do samba brasileiro.

  Samba da minha terra

"Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé", já dizia Dorival Caymmi ao compor este samba. Baiano de Salvador, Caymmi trabalhou como redator, vendedor de bebidas e aos 20 anos começou a trabalhar como cantor e compositor. Seu primeiro sucesso foi cantado por Carmen Miranda: "O que é que a baiana tem?".

  Deixa a vida me levar

Sergio Meriti é o compositor desta música. Nasceu na capital fluminense, mas foi criado em São João do Meriti, daí o seu apelido. Teve composições gravadas por Zeca Pagodinho, Alcione, Arlindo Cruz, Martinho da Vila, Cidade Negra e Exaltasamba, entre outros. Letra que traduz a alegria, a fé e o verdadeiro espírito do brasileiro. "Deixa a vida me levar (Vida leva eu!). Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu. Só posso levantar as mãos pro céu, agradecer e ser fiel ao destino que Deus me deu, se não tenho tudo que preciso, com o que tenho, vivo. De mansinho lá vou eu... Se a coisa não sai do jeito que eu quero, também não me desespero, o negócio é deixar rolar..."

  Sonho meu

Samba melódico que começou a ser escrito por Dona Ivone quando ela arrumava sua casa: "Sonho meu, sonho meu, vai buscar quem mora longe, sonho meu...". Depois disso a compositora teve um bloqueio criativo, durante uns quinze dias, e pediu ajuda para Délcio Carvalho. Porém, quando Ivone pediu ajuda a inspiração voltou e os dois terminaram juntos essa linda música do samba brasileiro. "...vai mostrar essa saudade, sonho meu, com a sua liberdade, sonho meu...". A música foi gravada nas vozes de Maria Bethânia e Gal Costa.

  O que é, o que é

"Eu fico com a pureza das respostas das crianças, é a vida, é bonita e é bonita". Com este refrão forte, Gonzaguinha compôs esse maravilhoso samba que exalta a felicidade de viver e estar vivo, algo que todos queremos: "Ninguém quer a morte, só saúde e sorte...". Gravada em 1982, alcançou o patamar de música patriótica no Brasil. "Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz."

  Aquarela do Brasil

Uma das canções mais populares do nosso Brasil, composta por Ary Barroso em uma noite de tempestade, a música demorou a ser o que é hoje. Este tema musical também marcou o ínicio do samba-exaltação, caracterizado pelo ufanismo da cultura de um país e não somente algo regional. "Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro, vou cantar-te nos meus versos." Hoje a música é, e já foi, interpretada por vários artistas em todo o globo.

  Liberdade, Liberdade

Escrito a oito mãos, em 1989, este samba-enredo foi feito para a escola carioca Imperatriz Leopoldinense e trata da Proclamação da República e dos heróis da pátria: "Vem ver, vem reviver comigo, amor. O centenário em poesia." Como sempre é feito no Carnaval, o samba-enredo da escola de samba é escolhido entre vários outros. O curioso é que "Liberdade, Liberdade" foi para a Sapucaí sem sofrer nenhuma alteração na letra, mesmo não tendo sido um dos sambas cotados para representar a Imperatriz naquele ano.

  Samba da Benção

Escrito pelo grande poeta Vinicius de Moraes e Baden Powell, essa música também fala da alegria de viver e o compara com a mulher somente linda, aquela mulher que não tem conteúdo, ou seja, o samba por mais alegre que seja precisa ter uma pitada de tristeza, melancolia. "Mas pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza, é preciso um bocado de tristeza, senão, não se faz um samba não."

  Samba da Volta

Criado por Toquinho e Vinicius de Moraes, nosso último samba desta singela lista, fala sobre a volta de um amor que partiu devido às peripécias aprontadas pelo eu lírico da canção. "É verdade, eu reconheço, eu tantas fiz, mas agora tanto faz, o perdão pediu seu preço, meu amor, eu te amo e Deus é mais".

domingo, 27 de julho de 2014

10 curiosidades sobre o samba

1. Foi na Rua Visconde de Itaúna, próximo à Praça Onze, que nasceu o samba. Uma roda de amigos improvisava versos na casa de uma das moradoras do morro, a tia Ciata (Hilária Batista de Almeida).
2. Em 6 de agosto de 1916, o grupo criou o samba carnavalesco O Roceiro, que caiu no gosto do povo. Donga, um dos participantes, resolveu registrar a canção em seu nome, com o título de Pelo telefone. Quando ela foi gravada, em 1917, os outros integrantes do grupo - Germano Lopes da Silva, Hilário Jovino Ferreira, João da Mata, Sinhô e tia Ciata - reivindicaram direitos pela composição. Donga contestou essa versão.
3. O nome "samba" vem de uma língua africana chamada banto, falada em Angola. Há duas versões para sua origem: ou ele deriva do termo semba (bater umbigo com umbigo), ou é uma junção de sam(pagar) e de ba (receber). Nas antigas rodas de escravos se praticava a umbigada, dança em que dois participantes davam bordoadas um no baixo-ventre do outro.
4. A palavra samba foi utilizada pela primeira vez em 1838, pelo frei Miguel do Sacramento Lopes da Gama. O nome apareceu em uma quadrinha publicada na revista pernambucana "Carapuceiro". Na ocasião, o termo foi usado para distinguir um dos tipos de música introduzidos pelos escravos africanos - ainda não era o samba que conhecemos hoje.
5. Na década de 1920, o samba começou a se firmar no mercado cultural do Rio de Janeiro. Surgiam as primeiras indústrias nacionais de discos, e os bailes carnavalescos estavam em alta. Os compositores Sinhô e Caninha foram os primeiros a entrar na cena.
6. Em 1930, surgem Noel Rosa e Ary Barroso, que levam o ritmo popular às classes médias. É também nessa época que são criadas variações do samba como samba-canção, samba-choro, samba de breque e samba-enredo.
7. Com o advento da globalização, elementos norte-americanos são aos poucos inseridos na cultura brasileira. Um dos resultados disso é o surgimento da bossa-nova, que mistura samba com jazz e blues. Destacam-se Tom Jobim e João Gilberto.
8. O samba rural designa um conjunto de sambas que eram praticados no interior do Estado de São Paulo e em sua capital. Foi uma invenção dos negros escravos e ex-escravos, que costumavam executá-lo durante as romarias feitas em devoção a São Benedito e outros padroeiros. Reunidos nos barracões, onde se alojavam, eles promoviam disputas de improviso musical entre pessoas de cidades diferentes ao som de uma espécie de zabumba e de outros instrumentos de percussão. As letras falavam de coisas do dia-a-dia, e continham dois ou quatro versos, que eram repetidos até que alguém entendesse a mensagem e respondesse. Uma dança de fileira acompanhava o batuque. Homens e mulheres se dividiam, e enquanto um grupo avançava, o outro recuava.
9. Segundo alguns pesquisadores, é a influência do samba rural no samba tocado hoje nos Carnavais paulistanos que explica o fato de ele ser mais lento e cadenciado do que o carioca. A referência mais antiga ao ritmo está presente em um documento escrito em uma fazenda de Piracicaba em 1856.
10. Na capital paulista, o samba rural se misturou ao carioca e resultou no cordão, um tipo de bloco carnavalesco. Muitas das escolas de samba de São Paulo surgiram de cordões. Entre elas estão a Camisa Verde e Branco, a Vai-Vai e a Lavapés/Liberdade, considerada a escola mais antiga ainda em atividade. Os cordões desapareceram na década de 1960, quando os desfiles das escolas foram oficializados segundo os moldes do Carnaval do Rio de Janeiro.  



Estilos de Samba



DA RODA AO PAGODE
Por volta dos anos 30, diferentes estilos de samba surgiram no Rio de Janeiro
SAMBA-DE-RODA
Muito parecido com a roda de capoeira, é a raiz do samba brasileiro e está registrado na Unesco como patrimônio da humanidade. Surgiu entre os escravos na Bahia por volta de 1860 e logo desembarcou também no Rio de Janeiro. O samba-de-roda, como a dança, começa devagar e se torna cada vez mais forte e cadenciado - sempre acompanhado por um coro para repetir o refrão. Várias canções do estilo têm versos sobre o mar e as tradições africanas.
"AVÔ" DO RECO-RECO
Além de batuques na palma das mãos, os escravos batiam um garfo num prato, obtendo um som semelhante ao do reco-reco - instrumento que dá força ao samba.
SAMBA DE BREQUE
Um dos primeiros estilos nascidos no Rio, foi criado no final dos anos 20 em botecos da cidade. No meio do samba rolavam "paradinhas" onde o cantor falava uma frase ou contava uma história. Um dos mestres foi Moreira da Silva. O ritmo é mais picadinho - ou "sincopado", como dizem os músicos -, mas a marca registrada é mesmo a parada repentina. Daí o nome "samba de breque". Quase sempre conta uma história engraçada, de um tiroteio entre malandros à história de um gago que se apaixonou...
FLAUTA
O samba de breque foi o primeiro estilo a incorporar a flauta como instrumento de samba. Ela ajuda a deixar o ritmo mais orquestrado.
PARTIDO-ALTO
Na década de 1930, o partido-alto se popularizou nos morros cariocas. Entre um refrão e outro, os músicos criavam versos na hora, quase como repentistas. As antigas festas de partido-alto chegavam a durar dias! A partir dos anos 70, Martinho da Vila virou um músico marcante do estilo. A principal característica é a improvisação. O partido-alto se mantém, principalmente, pelo jogo de palavras encaixadas no momento certo. O estilo trata de temas do cotidiano, e sempre com o maior bom humor.
SAMBA-ENREDO
Na década de 1930, quando surgiram os primeiros desfiles de escolas de samba no Carnaval do Rio, nasceu o samba-enredo. No início, os músicos improvisavam dois sambas diferentes: um para a ida e outro para a volta na avenida onde as escolas desfilavam. Com o passar dos anos, o samba-enredo ganhou uma batida mais acelerada que outros sambas - o que ajuda as escolas a desfilarem no tempo previsto. A partir dos anos 80 a coisa mudou, mas, até então, samba-enredo só abordava a história oficial do Brasil.
CUÍCA
Com o som de uma "voz grunhindo", foi uma das novidades das baterias das escolas. A função da cuíca é mais complementar, dando um tempero extra ao samba.
SAMBA-CANÇÃO
Outra cria dos botecos cariocas, o samba-canção apareceu na virada dos anos 30 para os 40. Logo ficou famoso como "samba de fossa", perfeito para ouvir após um pé na bunda... Cartola e Noel Rosa fizeram grandes músicas do estilo. A batida mais lenta e cadenciada do samba-canção lembra bastante o bolero, outro ritmo musical que fazia sucesso nos anos 40. Em geral, as canções falam de desilusão amorosa - de amores não correspondidos às piores traições!
PANDEIRO
Desde a origem do samba o pandeiro estava presente, mas no samba-canção ele ganhou mais importância, marcando o ritmo da música no lugar do surdo.
BOSSA NOVA
Cansados da fossa do samba-canção, alguns compositores decidiram fazer músicas sobre temas mais leves no final dos anos 50. Nascia a bossa nova. Mestres como Tom Jobim e João Gilberto faziam um samba bem diferente, com grande influência do jazz. Com construções musicais mais "complexas", a bossa nova tem o chamado "violão gago", tocado num ritmo diferente do da voz e dos outros instrumentos. O assunto preferido eram as belezas da vida, da praia às mulheres, é claro!
VIOLÃO
O símbolo da bossa nova foi mesmo o violão -além do banquinho... Usado em quase todos os estilos de samba, é um dos responsáveis pela melodia e harmonia da música.
PAGODE
O pagode que hoje faz sucesso pintou como estilo de samba na década de 1980, no Rio, com cantores como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho. Nos anos 90, em São Paulo, ficou mais "comercial" - com direito até a coreografia dos músicos - e explodiu nas rádios. O pagode dos anos 80 era muito influenciado pelo partido-alto. Já na década seguinte passou a ter uma pegada mais lenta e romântica. Nos anos 80, o principal era a vida na comunidade; nos 90, as letras românticas.
TECLADO
Nos hits mais modernos, entraram na dança instrumentos eletrônicos, como teclados e sintetizadores - para desgosto dos sambistas mais tradicionais...
COMPLETANDO A BATERIA
Conheça outros instrumentos importantes para um bom batuque
TANTÃ
Mais fino que o surdo, também marca o ritmo. Em geral, é tocado com a palma das mãos, sem que os dedos encostem na membrana.
TAMBORIM
Tocado com uma vareta de bambu, não marca necessariamente o ritmo do samba, mas traz um som agudo para o batuque.
CAVAQUINHO
Tem papel semelhante ao do tamborim: deixa o som mais agudo. Mas faz isso na melodia do samba, e não na batida rítmica.

Donga - (1890-1974) músico, compositor e violonista brasileiro. Dono do primeiro samba gravado na história.

    Ernesto Joaquim Maria dos Santos, conhecido como Donga, (Rio de Janeiro, 5 de abril de 1890 — Rio de Janeiro, 25 de agosto de 1974) foi um músico, compositor e violinista brasileiro. 
  Filho de Pedro Joaquim Maria e Amélia Silvana de Araújo, Donga teve oito irmãos. O pai era pedreiro e tocava bombardino nas horas vagas; a mãe era a famosa Tia Amélia do grupo das baianas Cidade Nova e gostava de cantar modinhas e promovia inúmeras festas. 
  Participava das rodas de música na casa da lendária Tia Ciata, ao lado de João da Baiana, Pixinguinha e outros. Grande fã de Mário Cavaquinho, começou a tocar este instrumento de ouvido, aos 14 anos de idade. Pouco depois aprendeu a tocar violão, estudando com o grande Quincas Laranjeiras. Em 1917 consagrou a gravação de Pelo Telefone, considerado o primeiro samba gravado na história. 
  Organizou com Pixinguinha a Orquestra Típica Donga-Pixinguinha. Em 1919, ao lado de Pixinguinha e outros seis músicos, integrou, como violonista, o grupo Oito Batutas, que excursionou pela Europa em 1922. 
  Em 1926 integrou a banda Carlito Jazz.1 Em 1940 Donga gravou nove composições (entre sambas, toadas,macumbas e lundus) do disco Native Brazilian Music, organizado por dois maestros: o norte-americano Leopold Stokowski e o brasileiro Villa-Lobos, lançado nos Estados Unidos pela Columbia. 
  No final dos anos 50 voltou a se apresentar com o grupo Velha Guarda, em shows organizados por Almirante. Enviuvou em 1951, casou-se novamente em 1953 e foi morar no bairro de Aldeia Campista, para onde se retirara como oficial de justiça aposentado. Doente e quase cego, viveu seus últimos dias na Retiro dos Artistas, falecendo em 1974. Está sepultado no Cemitério São João Batista.

História do Samba

    O samba é um gênero musical, do qual deriva de um tipo de dança, de raízes africanas, surgido no Brasil e considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras.”  Dentre suas características originais, está uma forma onde a dança é acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima, alicerces do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano e levado, na segunda metade do século XIX, para a cidade do Rio de Janeiro pelos negros que trazidos da África e se instalaram na então capital do Império.   Apesar de existir em várias partes do país – especialmente nos Estados da Bahia,de Pernambuco,do Maranhão, de Minas Gerais e de São Paulo – sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero musical é entendido como uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, onde esse formato de samba nasceu e se desenvolveu entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Foi no Rio de Janeiro, que a dança praticada pelos escravos libertos entrou em contato e incorporou outros gêneros musicais tocados na cidade, adquirindo um caráter totalmente singular, que se tornou a identidade do povo brasileiro e ganhou proporção mundial. Desta forma, ainda que existissem diversas formas regionais de samba em outras partes do país,  o samba carioca urbano saiu da categoria local para ser alçado à condição de símbolo da identidade nacional brasileira. No mundo inteiro o nome “Brasil” remete imediatamente ao samba!  Desde a década de 1930, o samba cresceu, modificou-se, atualizou-se sem perder a sua essência, a sua raiz e , ao longo de todos estes anos,  tornando-se patrimônio imaterial do Brasil.A gravação da música “Pelo Telefone (1917) é considerada como um marco  da história moderna e urbana do samba,  já que “Pelo Telefone” é o primeiro samba a ser gravado no Brasil (segundo os registros da Biblioteca Nacional). Reivindicada por Donga (Ernesto Santo), com co-autoria atribuída a Mauro de Almeida, na verdade, era uma criação coletiva de músicos que participavam das festas da casa de Tia Ciata, mas acabou registrada por Donga e Almeida na Biblioteca Nacional. Foi a primeira composição a alcançar sucesso com a marca de samba e contribuiria para a divulgação e popularização do gênero. A partir daquele momento, o samba urbano carioca começou a ser difundido pelo país, adquirindo um lugar próprio no mercado musical.   A partir do final da década de 20, inovações produzidas por compositores  dos bairros do Estácio de Sá , Osvaldo Cruz e dos morros da cidade, o samba começou a ganhar mais originalidade  adquirindo um formato  “genuíno” ou “de raiz” passando a se consolidar no Rio de Janeiro como uma expressão musical urbana e moderna, sendo tocado em larga escala nas rádios, espalhando-se desde os morros cariocas até os bairros da zona sul da cidade.
     Inicialmente criminalizado e visto com preconceito, por suas origens negras, a força do samba venceu barreiras, superou os preconceitos e conquistou o público de todas as idades e classes sociais. 
    Por sua história, suas conquistas, sua originalidade e por ser um ritmo que traduz o sentimento, o jeito de ser, a essência do povo brasileiro, o samba hoje é uma paixão nacional,  que passa de pai para filho e continuará a conquistar gerações.
 Nesse seguinte vídeo , podemos ver um pouco mais sobre a história do samba.